olha, vou pro mar.
com ele tenho uma relação poética feliz
- mais conciliadora que trágica -
o poema não se esvai pelas bordas
ou ranhuras, varandas abertas
(cicatrizes das casas).
na verdade, não me consome letra alguma
nem padecem de postura, as minhas palavras,
como mães dolorosas de versos doentes.
o mar escreve em mim.
e se nele mergulho meus sentidos
ele cresce, pátria, vigorosa
raiz do que de mais íntimo temos em nós.
juntos somos suave e bravo movimento,
tão estáveis quanto é possível ser
a instabilidade das vagas.
vocábulos líquidos de inequívoco verbo,
sem nenhum esforço ou intenção somos,
simplesmente,
o sal na água.
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