terça-feira, 20 de novembro de 2007

REMISSÃO

Quando a vida veio pelo tempo,
Me condenando a sofrer martirio,
Ditou-me as penas comuns dos exílios,
Dizendo: "Segue por teus descaminhos
e sofre tudo nesse passo lento,
que de sofreres irás evolvendo,
para depois retomar o caminho!"

Mas, afinal, a que devo isso?
se ao semear as virtudes rosas,
colhi braçadas de erros espinhos?...
Se dos meus gestos de cultivo as flores,
nasceram ervas de efeito daninho?...

Não! A vida não me sabe bem!
Me desconhece o temperamento!
Eu sou daquelas que se verga bem,
mas que não quebra, nesse dobramento!
Pois desse dom de me doer, também,
sob a pena do refazimento
eu sonho alto, não fujo para dentro!
Com as próprias penas da minha remissão,
Componho asas de soerguimento!

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