segunda-feira, 5 de novembro de 2007

SILÊNCIO

No fadário que é meu,
neste penar,
noite alta, noite escura,
noite morta,
sou o vento que geme
e quer entrar,
sou o vento que vai
bater-te a porta...
vivo longe de ti,
mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim,
ando a vaguear.
Em roda a tua casa,
a procurar
beber-te a vez,
apaixonada, absorta!
Estou junto a ti e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês.
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho
nos meus braços!
E na sua casa...
Escuta! uns leves passos...
Silêncio! meu amor!...
abre!... sou eu!...

Sem comentários: