O que era seda e pluma de asa...
Era ritmo... e riso... e lírica canção...
É agora uma lembrança vaga,
qual nuvem da razão
à claridade onírica,
sombreando...
Já desperta, fico com o sonho
vagando na alma,
como um pássaro que voa tão alto...
acima das nuvens...
...tão alto, que ninguém o vê!
...Mas o sabe ali!
Como a brisa cariciosa,
que nos envolve,
bulindo em nossos cabelos e vestes,
com braços invisíveis!
Sopra-nos bênçãos de frescor,
com lábios que pressentimos,
e conta-nos ao ouvido,
num idioma de presságios,
segredos de ventos,
que conseguimos entender!
Sonho que te sonhei
Ave tão leve,
cativa que quero libertar,
da gaiola das reminiscências
mas que, esperta,
plana ao portal da recordação
e faceira,
esvoaça ágil,
volta ao interior
adejando ao alto,
sem querer sair!!
É interessante!...
É maravilhoso
ter um sonho em vôos na alma,
roçando suas asas
nos pórticos das lembranças vagas,
em breves flashs,
em suaves fragmentos,
que eu recolho
e vou recompondo,
mesmo dispersos assim!...
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