domingo, 18 de novembro de 2007

TEMPO

Amargas o som da doce música
no descompasso das falhas horas
vão-se notas da canção de outrora
na lânguida sinfonia d'outra vida.


Vibras lembranças murchas das violetas
calada voz... morta folha do pensamento
acidulas o jardim, espalhas incenso
das cantigas sem toada nas gavetas.


Não flauteias mais sensuais melodias
dentro d'alma a musa que não fala
cessa o cosmo no furor da ventania.


Apraz-me então a ti interrogar:
que fizeste da melodia desta seara
solta ao vento solitária a farfalhar?

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