segunda-feira, 21 de julho de 2008

Kardec e a Espiritualidade

Todas as missões dignificantes, conferidas pela Eterna Sabedoria, aos grandes vultos humanos, são tarefas do Espírito.

Precisamos compreender a santidade do esforço de um Edson, desenvolvendo as comodidades da civilização, o elevado alcance das experiências de um Marconi, estreitando os laços da fraternidade entre os povos; apreciando, porém, o labor da inteligência, somos obrigados a reconhecer que nem todas as organizações da Terra adquirem imediata repercussão no plano dos Espíritos.

Daí, a razão de examinarmos o traço essencial do trabalho confiado a Allan Kardec. Suas atividades requisitaram a atenção do Planeta e, simultaneamente, ecoaram nas esferas espirituais que lhe dizem respeito, onde se formaram legiões de colaboradores.

O ministério do Codificador revelava aos homens um mundo diferente.

A morte, o problema milenário das criaturas, perdeu a feição de esfinge. Outras vozes, por intermédio da obra dele, falaram da vida, além do sepulcro. Seu esforço, por isso, espalhou-se pelo orbe, constituindo a mais consoladora das filosofias e difundindo-se, naturalmente, nos círculos invisíveis ao homem comum por vasto movimento de interesses divinos.

Ninguém pode afirmar que Kardec fosse o autor do Espiritismo, porque este é de todos os tempos e situações da Humanidade. Entretanto, ele é o apóstolo da renovação cristã. Com este título, conquistado ao preço de profundos sacrifícios, cooperou com Jesus para que o mundo não desfalecesse desesperado. E, contribuindo com a valorosa coragem de que forneceu amplo testemunho, organizaram-se na espiritualidade os mais dilatados empreendimentos de colaboração e auxílio à sua iniciativa superior.

Legiões de amigos da verdade alistaram-se sob a sua bandeira, cooperando no êxito da causa sublime. Atrás de seus passos, movimentou-se um mundo mais elevado, abriram-se portas desconhecidas do olhar comum, a fim de que a fé e a ciência iniciassem a marcha de suprema coesão, em Cristo Jesus.

Não somente o orbe terrestre, em sua paisagem física, foi beneficiado.

Não apenas a inteligência encarnada amealhou esperanças.

O mundo invisível, mais intimamente ligado ao campo humano, alcançou igualmente consolo e compreensão.

Os vícios de educação religiosa haviam prejudicado as noções da criatura, relativamente ao problema da alma desencarnada.

As idéias de um céu injustificável e de um inferno terrível definiam o espírito exonerado da carne à conta de um exilado da Terra, onde amou, lutou e sofreu, criando profundas raízes sentimentais. Semelhante convicção contrariava o espírito de seqüência da Natureza. Quem atendeu às determinações da morte, naturalmente continua, além, as tarefas começadas no caminho evolutivo, infinito. Quem sonhou, esperou, combateu e torturou-se não foi a carne, reduzida à condição de vestidura, mas a alma, senhora da vida imortal.

Tais aberrações expressam, de algum modo, o alcance grandioso da missão de Allan Kardec, considerada nos vários círculos de aperfeiçoamento em que nos movimentamos.

É justo o reconhecimento dos homens e não menor o nosso agradecimento aos seus sacrifícios de missionário, ainda porque em seu ministério de revelação apreciamos a atividade do apóstolo sempre viva.

Que Deus o abençoe.

Afirma-nos o Evangelho que os anjos se regozijam nos céus quando se arrepende um pecador. E o serviço santificado de Allan Kardec tem consolado, modificado e convertido ao Senhor milhões de pecadores, neste mundo e no outro.

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