No verso de meu maço de cigarros
Escrevo pequenos versos
Formo poemas
Beijo minha alma
Meus olhos correm a rua em que moro
As marcas do tempo
Se fazem presente em meu rosto.
Ninguém as vê,
Somente eu...
Ainda sonolento após uma madrugada em claro
Esgarço minhas vontades
No embaraço do que é real e irreal.
Tento escrever sobre o sol e o mar
Tento escrever sobre a morena que me encanta
De tudo faço pra escrever sobre as boas coisas de meu país,
Mas nada sai,
Nada me inspira.
Continuo sonolento mente a mil.
Canto uma música e atravesso as partituras
Não conheço nenhuma.
Sou poeta das ruas não sou músico.
Tento escrever sobre a paz,
Mas distante ela se perde em gritos de horror.
Neste rápido pensamento e momento
Estou mais me matando,
Consegui fumar três cigarros
Um atrás do outro.
Me sinto aflito
Não consigo raciocinar...
Vejo crianças brincando
Tento algo escrever,
Mas o que me sai em pauta
São escritas rebeldes
Escritas desobedientes às regras.
São aquelas crianças saudáveis
E acabo por escrever sobre as crianças com fome,
Sem brinquedo,
Sem escolas,
Descalças por não poderem adquirir um calçado.
Crianças sem essa coisa de nome futuro...
Fazem tantas campanhas sobre as crianças
E elas, muitas delas,
Continuam sem teto
Continuam catando resto de comidas nos lixos,
Continuam sem escolas sem educação
Sem nada... Sem nada
Sem pátria... Sem pátria
Filhos desta nação
Sem patriotas!
Eles desconhecem essa palavra: Patriota!...
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