domingo, 4 de novembro de 2007

SESSENTA E QUATRO

Caíram na besteira
De me perguntar
Se eu já estava
Preparado para morrer.
Não entendi!
Quem é que está preparado para morrer?
Ora; existe um velho e certo ditado que diz:
- Se a morte é um descanso, prefiro viver cansado!
O cara que alimentou essa formação de idéia,
Estava mais do que certo.
Provavelmente,
Por ser muito antigo esse ditado
Que ouço desde que eu usava calça curta,
Ele já bateu a caçulêta,
Mas que ele deve ter vivido
Cada milésimo de segundo de sua vida
Com a maior intensidade possível,
Com certeza viveu...

Eu já beijei e fui beijado
Por muitas e muitas bocas
E olha, que eram bocas maravilhosas,
Eram mulheres que não se podia
Por defeitos.
E vivo com uma que muito e muito
Quero beijar e ser beijado.
Pra que pensar,
Se estou ou não preparado para morrer?...

Já conheci tantas e tantas camas
Que com belas mulheres me deitei,
Chão,
Praias,
Escadas,
Elevadores,
Matel perdi até as contas
Montanhas
Enfim foram tantas
Que só me deram deliciosos prazeres,
Belas lembranças carrego em vida,
E agora tenho uma
Que eu ao acordar a seu lado,
Ganho sempre um lindo e belo sorriso
Beijinhos... Abraços... Amor...
E lá vou me preocupar,
Se estou ou não preparado para morrer.
Eu quero é viver e muito
Para com ela deitarmos e levantarmos juntos
Todos os dias que por obra divina,
Deus nos concedeu esse poder,
E o tudo que nos agrada,
Que nos dar força e prazeres,
Muito e muito juntos vivermos...

Não penso no futuro,
Nunca acreditei nesse tal de futuro,
Se nele acreditasse,
Com certeza viveria muita decepção
Inclusive,
Com esse meu país que valor algum
Aos que por ele fora parido é dado...

Penso muito e vivo o agora.
Quero viver meus filhos
Quero viver os netos quando assim
Correndo dentro de minha casa,
Saírem quebrando e derrubando tudo
E minha amada correndo atrás deles de chinelo na mão,
Desesperada,
Eu quero viver esses momentos
E dar muitas gargalhadas.
Pra que me preocupar,
Com essa coisa,
De estar ou não preparado para morrer?...

Só pensa estar preparado para morrer,
Aquele que valor algum dar por sua vida
E nem tampouco, aos que os amam.
Eu não!
Sou amado e amo muito,
Muito ainda quero amar e ser amado.
O dia que a morte chegar,
Tchau e benção,
Mas enquanto eu puder ser o moleque que sou,
Traquinar do jeito que traquino
Quero viver e muito
Para que mais molecagem e traquinagem
Eu possa fazer e viver...
As favas a morte!
E eu lá quero saber de morrer nada!
Cheguei aos quarenta e quatro,
Quero ir pra lá de sessenta e quatro...

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