impossível viver
sem passar pela morte
precisar de morrer
para voltar à vida
ficar sozinho no arame
sobre abismos sem fundo
fazer da fantasia um jogo
e alimentar-se dela
olhar-se nos espelhos
dum circo já vazio
como um túmulo
e sofrer
sorver o cálix
dum veneno
amargo e letal
atravessar o túnel
tenebroso
à procura de si
hibernar
até que
finda a letargia
um dia
se liberte de ti voando
uma gaivota
rumo ao infinito
terça-feira, 20 de novembro de 2007
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