sábado, 10 de novembro de 2007

Marcas do tempo

E quando nada mais restar
a não ser a saudade dolorida
rasgando o peito seu,
e a lágrima de sal secar
sem poder cair ao chão,
e os passos não terem forças
para seguir adiante até a casa do amanhã,
e os seus braços enfraquecidos
não sustentarem outros abraços,
e o seu coração trôpego bater descompassado
perdendo aos poucos os sinais vitais,
e a sua pele judiada pelo tempo
ser apenas uma marca de vida,
e os cabelos adquirirem a cor da nevasca do tempo,
e os lábios não beijarem outros lábios,
e as mãos não segurarem a esperança,
e os dias serem tão curtos
para quem busca mais e mais tempo,
e os amores desaparecerem
na curva da saudade,
e as estrelas continuarem a piscar
mas você não as enxergar,
e a luz do luar já não despertar
o romantismo que ontem foi tão imprescindível,
e fez tremer seu corpo ante visão tão divina,
e o vento de agosto não dançar
em volta de seu corpo,
e tudo ser de uma tristeza que anula,
aniquila e finaliza todos os sonhos...

Pois não espere esse tempo chegar,
não sem antes você viver
com toda garra e amar, e desamar, e sorrir,
e dizer obrigado, e conversar com as flores,
e fazer amizade com uma borboleta,
e tomar banhos de chuva,
e sair por aí sem destino,
e ser imensamente feliz mesmo tendo vivido
com todas as dores e tristezas,
sem as quais que sentido teria o viver?

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